Thursday 15 November 2012

Dia MUNDIAL da FILOSOFIA


Hoje é o dia mundial da Filosofia.
Este dia sem importância para a maioria das pessoas é-me querido pois a minha formação base universitária, como muitos sabem é em Filosofia.
Quando penso no caminho que percorri desde a licenciatura em Filosofia até hoje, reconheço que ter tirado este curso me ajudou a ver o mundo de uma maneira mais abrangente e menos fechada.

No fundo quando olho para o hoje, reflicto no ontem, sendo que para mim esse ontem tem mais de dois mil anos vejo similitude entre o que os filósofos gregos enunciaram e os nossos dias.

Sei que, infelizmente a maior parte dos miúdos hoje não percebe para que serve a filosofia, pois não encontra uma “aplicação” prática. Não saberia responder-lhes se a pergunta me fosse feita.

Sei apenas que, para mim, ter estudado Filosofia, mesmo que por um breve momento da minha vida, me “serviu” para olhar para o mundo com perspectiva e com cores.

É isto.

Wednesday 10 October 2012

Portugal Surf Guide


O primeiro guia de surf português é lançado no dia 11
de Outubro em Peniche.
Capa Portugal Surf Guide
Portugal é hoje um país central no surf mundial e um destino de surf por excelência, com ondas para todo o tipo de surf, desde o nível profissional ao de principiante.
Foi por esta razão que António Pedro de Sá Leal e Francisco Cipriano fizeram o primeiro guia bilingue dos melhores locais para surfar em Portugal continental e ilhas.
Adequado para todos os surfistas, desde os mais experientes aos iniciados, este guia visa preencher um espaço importante na estruturação da oferta de ondas em Portugal e, sobretudo, internacionalmente, ao assumir-se como o primeiro inventário completo dos locais que apresentam boas condições para a prática do surf. Simultaneamente pretende dar contributo para uma visão de conjunto do surf no nosso país, promovendo de uma forma simples, direta e eficaz, Portugal como destino de surf.
Este guia, embora tenha recorrido às fontes de informação disponíveis, tem um caráter essencialmente exploratório baseado numa experiência única vivida pelos autores que visitaram todos os locais referenciados de Norte a Sul do país incluindo as ilhas.

O Portugal Surf Guide foi organizado em sete capítulos regionais, um para cada região Portuguesa: Norte, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira. Em cada região, apresenta com a descrição das principais características do surf e identifica os locais de surf apresentando a visualização gráfica da respectiva localização, recorrendo a um realce do mapa de Portugal.
Em cada local são tratados os elementos fundamentais da onda: consistência, tipo de onda, crowd, melhor ondulação, melhor vento e melhor maré, ao mesmo tempo que são fornecidas informações sobre o local, isto é, condições de acessibilidade, amenidades e estacionamento.
De modo a complementar a descrição, o guia conta com depoimentos de surfistas locais sublinhando a importância de cada local para a prática do surf. Os spots são também acompanhados de uma fotografia que ilustra a onda no seu pleno funcionamento. O rigor da qualidade fotográfica marca também o Portugal Surf Guide, estando este trabalho a cargo do André Carvalho, nome de destaque na fotografia de surf. André Carvalho tem fotografias publicadas em várias revistas de surf e apresenta aqui um trabalho cuidado na ilustração do universo das ondas portuguesas.
Prontos para começar a viagem?
Para saber mais visite: www.portugalsurfguide.pt

Tuesday 17 July 2012

O Caminho


Calhou na última viagem que fiz ir a um local mágico. A expectativa em relação ao mesmo era muita fruto das explicações, dos incentivos e da descrição do local. Alguns amigos já la tinham ido, todas as pessoas que conheciam falaram-me dele como sendo mágico, incrível e fora deste mundo. Assim é. Mas não é deste local que quero falar.
Quero falar do caminho para lá chegar e do caminho para sair de lá. Deste, estranhamente ninguém me falou, ninguém referiu.
Assim no dia em que cheguei começaram por me dizer que era 50 minutos a andar a pé, depois 40 minutos e por fim fiz o percurso de 4 quilometros em 60 minutos. Não porque ande devagar ou estivesse cansado, porque estava, pelo menos no regresso, depois de surfar quatro horas, mas sim porque cada subida escondia atrás de si uma visão incrível do lugar, uma onda a rebentar, um conjunto de pássaros a chilrear, como já não ouvimos hoje, a visão do fundo do mar cheio de pedras coloridas a 200 metros de altitude.
 De facto, numa altura em que chegamos a todo o lado de carro com relativa facilidade, foi uma completa surpresa este caminho longo e sinuoso ao longo de uma costa altamente escarpada e cheia de vegetação, que só por si já é mágico. Deste caminho ia vislumbrando a cada curva para o mar, o local mágico, ia imaginando até à curva seguinte as ondas, as pessoas, a igreja, ao longe adivinhava uma pequena aldeia no meio do nada, feita por homens e mulheres para quem o isolamento era uma maneira de estar, uma forma de vida, ou talvez não. Talvez para essas pessoas o conceito de isolamento não existisse. Talvez para elas o local mágico fosse suficiente para se sentirem mais perto da plenitude da sua existência. Talvez quando abriram este caminho pela primeira vez percebessem que o caminho era uma parte do processo para chegarem a um local mágico e por isso mesmo o fizeram sinuoso. Ou talvez a natureza ditasse isso mesmo. Uma encosta escarpada cheia de vegetação que entra pelo mar em harmonia.
Quando ao fim de um dia inteiro regressei pelo mesmo caminho sinuoso, verdejante e fresco fui-me continuando a surpreender e cheguei à conclusão que talvez uma parte da magia do local onde fui estivesse justamente no caminho nesse percurso de 4 km e 60 minutos cheio de vida e paz. Às vezes é bom percorrer um caminho para um local mágico, com calma, apreciando o que ele tem para nos oferecer, sem pressas olhando para o que nos rodeia. Quando chegamos ao fim percebemos que fizemos uma jornada mágica e que não podia ser de outra maneira.

Wednesday 20 June 2012

Marcas e o Surf


Facto: o campeão do mundo de surf em título Kelly Slater tem 40 anos.

Nos últimos anos temos assistido a uma onda na direcção dos jovens por parte das marcas que querem associar-se ao surf. Em devida altura tive a oportunidade de perguntar a um responsável europeu por uma das marcas de surf mais importantes o porquê deste fenómeno dirigido para um público tão difícil e efémero e o completo ignorar de um target mais velho com mais poder de compra e provavelmente mais estável. A resposta fácil foi que os jovens são o futuro que são eles os consumidores que interessam impactar ao máximo para garantir a sustentabilidade da marca no futuro. Pareceu-me uma resposta bastante razoável.

Hoje, porém estou convicto que o surf é cada vez mais transversal à sociedade, quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista estritamente etário.  Penso que é um erro uma determinada marca querer associar-se ao surf porque “é uma cena de jovens”.

Acredito que, para quem nunca perdeu tempo a olhar para o mar e para os surfistas talvez tenha a ilusão que o surf é apenas isso, uma coisa de jovens, radical, fresca, da moda. Mas se olharmos com atenção verificamos que o surf até pode ser uma coisa fresca e na moda mas é muito mais e sobretudo tem praticantes espalhados pelos mais diversos escalões etários e sociais.

 Basta passar um dia numa praia com ondas, para perceber que temos os horários dos pais de família que vão muito cedo, pois gostam de ondas pouco crowd e ter o dia inteiro com a família, para ver a meio da manhã aparecerem os pais com os miúdos para as aulas de surf, para ver à hora de almoço aparecerem os tais jovens – mais de 18 e menos de 25 que podem surfar à vontade e para durante a tarde se ir repetindo esta sequência, já sem os matinais, mas por vezes com famílias inteiras que vão para a água apanhar umas ondas, os filhos na escola e o pai e a mãe sozinhos, ou mesmo o contrário.

No fundo existe esta transversalidade que falei e que incompreensivelmente as marcas ignoram. Talvez por essa razão as marcas ligadas ao desporto estejam a perder este segmento de mercado mais velho, com mais poder de compra, que não se revê na comunicação à volta do surf, e mesmo os jovens que também não se identificam assim tanto com essas marcas.

Talvez por isso as marcas que fazem “facelifts” em direcção ao target jovem, estejam completamente fora do contacto com o surf e com target jovem que pretendem atingir, até porque na maior parte dos casos não basta ter dinheiro é preciso ter a educação necessária para saber como o gastar.

Monday 18 June 2012

Europa


Em 1996 quando acabei o meu curso universitário de Filosofia tinha alguma vontade de ter uma profissão que me levasse para fora de portas. Nesse sentido tirei uma pós-graduação em Estudos Europeus no ISEG.
Nesta altura o sonho europeu, para Portugal era relativamente recente e o sentimento era que havia muito caminho pela frente.
Começávamos a uniformizar uma série de coisas e a tentar equilibrar outras, pagando por vezes para acabar com negócios, modos de vida e maneiras de estar. Íamos ser todos europeus, todos iguais, todos felizes…

Mas não fomos, ou melhor não somos.

Na altura lembro-me de escrever num exame que a “Europa devia ser para os europeus”. Hoje passados mais de quinze anos, esta frase têm, em meu entender ainda mais sentido. Nos últimos anos vimos ao degradar do “sonho” europeu, umas vezes pelas mãos de maus políticos e outras por pressões de investidores. Não compreendo o que ganha um investidor quando a Europa definha e sobretudo as pessoas da europa definham, porque não têm emprego, ou porque a taxa fiscal está tão elevada que só apetece fugir, ou lutar.
 Esta situação faz-me sempre lembrar os filmes do Robin dos Bosques, e o xerife que penalizava os camponeses com impostos e mais impostos. Temo que um destes dias venha aí um Robin dos Bosques que leve atrás de si toda uma geração que está farta de maus governantes e péssimos investidores.

A Europa tem de ser desenhada e pensada para os europeus, sem eles ela não existe. Tem de respeitar as idiossincrasias de cada povo, de cada região, tem de dar condições aos europeus para acrescentarem valor à Europa.

Friday 30 March 2012

Brincadeirinha


A propósito das audiências da televisão e da recente polémica sobre a medição das mesmas aqui, cabe dizer que parece uma brincadeira de crianças a situação actual. Questiono-me como é possível que com a realidade digital tão avançada nos nossos dias podem existir dúvidas em relação às audiências e sobretudo como pode haver erros de medição tão grosseiros, como aqueles que temos vindo a assistir nos últimos tempos.

A única razão que encontro é a incompetência generalizada de quem gere o mercado publicitário em Portugal, que aceita, muitas vezes a troco de benesses, que os dados não sejam exactos e concretos. 
Como é possível, dado o estado actual das empresas e do mercado em geral que quem investe milhões de euros diariamente não exija que os dados sobre os seus investimentos sejam exactos e de preferência controlados por mais de uma empresa?
A solução desta brincadeirinha passa por aceitar que mais de uma empresa pode medir o mercado publicitário e encontrar dentro das medições efectuadas um valor médio. Se quiserem é como no futebol, quando várias camaras mostram o mesmo lance de modo a podermos visualizar ângulos diferentes para no fim sabermos o que aconteceu. 

Wednesday 28 March 2012

Cotonete


Quando vamos para a praia em qualquer altura do ano deparamo-nos sistematicamente com pequenos paus de plástico que muitos consideram ser de chupa-chupas. Na realidade são paus de cotonete. Que as pessoas deitam nas sanitas e que passam pelas ETAR até chegarem ao mar. Que os devolve para terra. Este fim-de-semana apanhamos muitos. Mas podíamos ter apanhado muitos mais.

Os dias 23 a 25 de Março marcaram este ano uma vez mais as Iniciativas Oceânicas. Esta iniciativa decorre em simultâneo no mundo inteiro, e tem como principal objectivo alertar as pessoas para a poluição nas praias e através da ajuda de todos remover uma parte deste lixo.

Como voluntário da Surfrider Foundation em Lisboa, organizei três limpezas de praia durante o fim-de-semana. No sábado de manhã tivemos no Guincho, no sábado à tarde em Carcavelos e no domingo a seguir ao almoço na Costa da Caparica.
Surpreendente foi o facto de no Guincho com chuva e com vento terei aparecido mais pessoas. À semelhança da última limpeza de praia que tínhamos levado a cabo tivemos mais estrangeiros do que portugueses.

Quando chegamos a Carcavelos no sábado a praia estava cheia de surfistas, boas ondas e muitas pessoas no areal. Ninguém se aproximou de nós para ajudar. Excepto duas pessoas, uma rapariga que se aproximou pegou num saco e foi apanhar lixo e um jovem surfista, não devia ter mais de 12 anos e estava numa festa de anos de um amigo. Veio a correr ainda de fato vestido, foi ajudar, devolveu o saco cheio e seguiu para a sua festa de anos. Tirando estas duas excepções e nada mais. Os surfistas decidiram ignorar a acção de limpeza da sua praia.

No domingo a situação foi semelhante. Apesar das praias da costa da Caparica serem durante o Inverno uma espécie de lixeira a céu aberto, e de as pessoas apesar de isso irem para a praia brincar com as crianças e as escolas de surf utilizarem as praias numa base diária, tal como os surfistas, ninguém se mexeu para ajudar. Mesmo ninguém!

Fiquei a reflectir sobre a razão disto acontecer. Coloquei-me na posição de estar numa esplanada com os meus filhos na praia onde habitualmente vou e assistir a uma acção de limpeza de praia. Será que me juntaria? O que me levaria a não me juntar? A conclusão que cheguei é que provavelmente as pessoas consideravam que já pagavam impostos, e que não tinham sido elas a deixar o lixo na praia e por isso não tinham nenhuma obrigação de ajudar. É verdade. Ou talvez não se consideramos que o bem-estar de todos não pode só depender de uns mas deve obrigatoriamente depender de todos. 

Tuesday 6 March 2012

Rumores


Há dez anos que sou empresário. Umas vezes com sucesso e outras nem por isso. Hoje olho para esses dez anos com orgulho, levei a cabo muitos projectos que queria da maneira como queria e posso dizer que de algum forma a minha empresa estabeleceu em algumas áreas referências que ainda não foram superadas.

Hoje ouvi rumores sobre a minha empresa, sobre comentários menos positivos que foram feitos em relação a mim e à minha empresa. Pois bem. Vou escrevê-lo. Não gosto de rumores, nunca gostei. Penso que são feitos por pessoas de fraca capacidade, que não têm a coragem de enfrentar a realidade e por isso preferem tentar “criar” uma realidade paralela a confrontar-se com o que não lhes agrada. No fundo, os rumores são a arma das pessoas cobardes.

Por fim quero dizer que estou aqui, no sítio do costume. Sem medos, nem hesitações, nem rumores.

Friday 2 March 2012

O Agricultor


Não percebo nada da agricultura. Mas imagino que um agricultor que tenha um terreno medianamente fértil, com acesso a água, poderá com sementes, adubos, e eventualmente máquinas produzir um qualquer produto agrícola que se insira dentro do contexto geográfico do local onde se encontra. No entanto se esse mesmo agricultor tiver o apenas o terreno mas nenhuma das outras coisas que referi dificilmente poderá produzir o que quer que seja e, consequentemente o seu terreno não serve para nada, do ponto de vista agrícola.
Hoje a situação de Portugal é semelhante. Fomos em tempos bem recentes agricultores com acesso ao que necessitávamos para cultivar e no entanto excedemo-nos nos gastos e fomos porventura pouco previdentes no que à produção propriamente dita diz respeito, utilizando os recursos ao nosso dispor de uma forma displicente. Agora, fruto da austeridade não temos nada para cultivar. Temos o terreno mas é só isso.
Penso que isto não é saída, nem caminho para ultrapassar a crise. Se as pequenas empresas não tiverem condições de subsistência, dificilmente as grandes o terão, a prazo. Uma vez que estão directamente dependentes dos consumidores que as pequenas empresas geram. Assim se não começarmos a permitir que o nosso agricultor volte a semear, jamais sairemos deste buraco em que nos metemos. É certo que o nosso agricultor tem de ser orientado em função das necessidades e das suas possibilidades, utilizando o seu terreno de uma forma correcta e isso é o que para além dos meios necessitamos mais – Orientação!