Thursday 15 December 2011

Marcas II


Trabalhei muitos anos com uma das marcas top do mundo. Quando comecei a trabalhar com esta marca na área dos eventos, ela era líder incontestável de mercado, quer nas vendas quer enquanto marca. Era desejada e sabia sê-lo. Tinha sex appeal. Todos queriam ter um produto daquela marca. Os anos passaram e os produtos outrora top começaram a ser ultrapassados por outras marcas. Lembro-me quando surgiu a primeira grande ameaça do ponto de vista do produto, de ter uma conversa com o então responsável da marca em Portugal que minimizava largamente o impacto da concorrência no mercado da sua marca. Na altura lembro-me de pensar que a postura era de marca dominante. Nada lhe faria jamais frente. Lembro-me também de analisar a minha empresa e a marca que criámos e sentir que nunca estamos seguros.
Uns anos depois, essa marca líder mundial deu um enorme trambolhão. Sem apelo nem agravo passou a ser uma marca secundária que ninguém deseja. Porquê? Em primeiro lugar porque numa lógica proteccionista do início do milénio manteve o seu produto fechado ao mundo – impediu portanto que um universo de criativos cada vez mais ágeis, interessados e competentes tivesse a oportunidade de ajudar a renovar um produto que era perfeito no princípio do milénio mas que foi perdendo interesse. Em segundo lugar, resultado desta estratégia proteccionista, o próprio produto foi-se tornando obsoleto, não obstante ter tentado evoluir. Em terceiro lugar e talvez mais importante a falta de capacidade para manter o desejo pela marca.
Uma marca tem de saber manter-se interessante para os seus seguidores. Para isso deve manter-se ocupada em perceber em primeiro lugar quem são os seus consumidores e em segundo lugar em como os pode manter interessados em si enquanto marca.
Muitas vezes os melhores produtos não são os que os consumidores desejam. Dito de outra maneira muitas vezes as marcas mais apelativas para os consumidores e com maior número de seguidores não são as que produzem os melhores produtos com a melhor relação qualidade/preço. Não quer isto dizer que maus produtos em boas marcas sejam uma receita de sucesso, mas seguramente produtos medianos com uma marca forte têm sucesso.
Para conseguir manter o interesse uma marca tem de ter a capacidade de, em momentos chave,  conseguir reinventar-se, redesenhar-se e por vezes levar a cabo uma mudança mais disruptiva. Os consumidores e sobretudo os seguidores de marcas, que somos todos nós de uma forma ou de outra, necessitam de manter-se permanentemente “excitados” com as marcas. Esse é, em meu entender, o desafio das marcas  para o futuro.

Sunday 11 December 2011

SPECTRE


Nos últimos anos assisti de uma forma simples e eficaz à tomada de controlo da vida económica do meu país e de outros, levada a cabo por empresas que “prevêem” o grau de cumprimento de cada pais, conjunto de países, empresas ou mesmo pessoas. Neste mundo de “previsões” acontece a mais incrível manipulação das economias que faz lembrar a organização criminosa SPECTRE dos primeiros tempos do 007.
Os políticos perderam definitivamente o controlo da situação quando começaram a aceitar que aos seus países sejam atribuídas qualificações com base em previsões teóricas a que chamaram de ratings e que esses ratings sejam condicionadores do próprio país. 
Hoje a realidade não corresponde à realidade. Quando uma agência de rating baixa a classificação de determinado país, isso não significa que ele ficou mais pobre, perdeu território, as suas empresas deixaram de existir ou as populações iniciaram um êxodo massivo. Nem sequer significa que os seus índices de produtividade diminuíram. Então o que significa isto? Significa que em teoria, porque é disso que estamos a falar, o país poderá não conseguir cumprir os seus compromissos. Claro que o resultado imediato é que os países são penalizados junto dos seus credores e futuros credores, no que às taxas de juro dos empréstimos e não só,  diz respeito. Ora isto aumenta imediatamente a probabilidade de não conseguir cumprir os seus compromissos na medida em que são impostas taxas de juro mais elevadas. Quem ganha com este jogo? Em primeiro lugar, parece-me que sem dúvida nenhuma as agências de rating que conseguem dominar o mundo a seu bel-prazer. Em segundo os investidores que conseguem com base num sistema de “previsões” enriquecer sem produzirem absolutamente nada.
Consigo perceber a lógica dos investidores e mesmo das agências de rating que trabalham em proveito próprio e conseguiram levar o jogo do: “agora ganhas tu agora ganho eu” até uma esfera global. Já não consigo perceber os políticos que para garantirem o seu estilo de vida, agarrados a um poder que já não lhes pertence e que nunca lhe pertenceu aceitam e colaboram com este sistema, levando à falência o seu país e mais importante os seus cidadãos. Não consigo perceber que num mundo de facilidade de informação os cidadão não se juntem para procurar novos políticos ou pelo menos novos caminhos.
Começa a ser altura de acabar com esta lógica mercantilista e vigarista que assola o mundo moderno. Pode ser uma ruptura completa, mas seria bem melhor se fosse um encontrar de um novo caminho para o futuro que não fosse totalmente disruptivo.

Wednesday 7 December 2011

Portugal Surf Awards


No passado sábado foram entregues os prémios da Surf Portugal aos melhores surfistas masculinos e femininos de 2011. Foi com muita satisfação que vi nomeados muitos surfistas de nova geração. Foi também com alegria que vi o Vasco Ribeiro e a Maria Abecassis sagrarem-se campeões nacionais Open. Para mim, que iniciei um projecto chamado Campeonato Nacional de Surf Pro Júnior em Portugal é extremamente gratificante ver que alguns dos potenciais talentos que surgiram nesse circuito são hoje representantes dignos do surf português. Foi igualmente gratificante ver reconhecido o seleccionador nacional José Manuel Sousa Braga pelo recente título de campeão europeu que a selecção nacional ganhou na Irlanda. Claro que o David Raimundo e o Nuno Telmo tiveram o reconhecimento merecido pelo seu trabalho no projecto Surftechnique que ajudou a que muitos treinadores olhassem para o treino de surf, para além de apanhar ondas.
Fiquei no entanto desiludido por não ver nenhum surfista português a correr o circuito WQS este ano. Penso que ser o campeão nacional em Portugal é importante aos 16 anos, depois disso é pouco interessante.
Não percebo como ao fim de tantos anos só assistimos a um atleta a competir a sério. Só um atleta português tem garra para ir medir o seu surf com o resto do mundo? Não consigo compreender que, com tantos apoios, tantos autocolantes na prancha, tantos treinadores, tanta visibilidade mediática não haja nenhum atleta português a tentar chegar mais longe do que ser campeão em Portugal.
Penso que é altura desta geração de surfistas ir à conquista do mundo. Espero que em 2012 vejamos no cut de meio do ano do WCT um ou dois jovens portugueses. Espero que para o ano estes surfistas saltem para além da sua zona de conforto e ataquem com toda a garra que têm o circuito mundial.

Sunday 4 December 2011

Marcas


A semana passada tive uma reunião com uns clientes de longa data para lhes apresentar os projectos que tenho estado a preparar para 2012. Após apresentar os projectos, que considero terem potencial para acrescentar valor as respectivas marcas e adicionalmente ainda poderem incrementar as vendas, a resposta foi invariavelmente a crise. Nesta destacava-se a quebra acentuada das vendas aliada ao esmagamento das margens por parte da distribuição moderna, vulgo “hipermercados”. O discurso foi no sentido de que as verbas disponíveis iriam ser canalizadas para o ponto de venda e para resistir ao ataque que as marcas próprias têm vindo a levar a cabo contra os produtos de marca. Sobretudo para conseguir colocar os produtos em ponto de venda a um preço mais atractivo. Apesar de ser a resposta que estava à espera não deixei de ficar atónito com a mesma. Porquê? Porque não percebo que as grandes marcas de produtos – e estamos a falar de uma grande marca – porventura uma das maiores do mundo da sua categoria – não opte por se posicionar no mercado valorizando-se enquanto produto de marca, conquistando os seus consumidores através da criação de uma ligação directa com o mesmo. É sabido que hoje os consumidores compram preço, mas em muitos casos compram igualmente marca. O comércio moderno soube trazer para a luta pelo preço as grandes marcas, para agora ele próprio se estar a afirmar como marca.
O que significa basicamente que os marketers que estão à frente das marcas e os administradores das respectivas empresas foram literalmente atropelados por esta lógica de: "primeiro baixas o preço e depois perdes a tua identidade!" sem ainda hoje estarem dispostos a arriscar em deixar o mercado moderno órfão das suas marcas criando eles próprios redes de distribuição própria por um lado e por outro reforçando a identidade das suas marcas junto do seu target. Olhando para o universo das marcas ao nível planetário existem muitos caso destes de enorme sucesso. Se calhar era altura dos marketers perderem o medo e apostarem nas marcas que representam...

Thursday 24 November 2011

Greve? Talvez não!


Tenho uma empresa há dez anos. Pode-se dizer que sou um empresário. A minha empresa já facturou muito dinheiro, tendo em conta a sua dimensão e nos últimos dois anos fruto de uma reestruturação facturou menos, mas ganhou mais.
Hoje os micro empresários como eu vêm-se a face com uma realidade económica difícil, mesmo aqueles que se movem num nicho de mercado.
Sou por natureza um empreendedor. Tenho todos os anos muitas novas ideias que passo pelo escrutínio na minha sócia e pelo escrutínio de um orçamento sério e realista. Muitos destes projectos não passam esta fase inicial da ideia, mas outros passam e empenho-me a levá-los para a frente com toda a dedicação e tempo que consigo. Destes uns resultam e outros não. Mas não estou parado à espera de ganhar o euro milhões ou que alguém venha ter comigo com uma solução milagrosa para o meu negócio. Não vou negar, tive uns anos muito maus do ponto de vista dos resultados da empresa e só com muito esforço e dedicação conseguimos manter-nos a funcionar. Sobretudo não desistimos.
Nos dias de hoje vejo os indignados que reclamam por melhores condições e encaram os empresários como seus oponentes. Vivem ainda sob uma visão de que os empresários são aqueles que exploram os trabalhadores para viverem uma vida de luxo e opulência. Não sei quem são os empresários que conhecem mas aqueles que conheço lutam todos os dias pela sobrevivência das suas empresas e dos seus empregados, mesmo quando estes se estão a marimbar para o sucesso ou insucesso da empresa. Pode também dizer-se que em algumas empresas e não são assim tantas existe uma discrepância que raia o insulto entre o que ganham os seus gestores e os trabalhadores. Mas estas não são a maioria. São uma pequena minoria.
Assim o que penso seria mesmo bom para Portugal e para os indignados era perceberem que se juntassem os seus esforços para ajudar o país a superar esta situação grave em que se encontra e se dedicassem a criar mais valor nas empresas que os recrutam e defendem talvez, fosse possível Portugal tornar-se um local melhor para todos.
Quero também dizer que ajudar o país não é ser parvo e ignorar as injustiças que existem. Devemos denunciá-las, combate-las com rigor e sobretudo não podemos ter medo de agir para defender o bem comum. Devemos olhar para a realidade que nos rodeia livres de preconceitos que muitas vezes condiciona a busca de uma solução boa para um problema e detrimento de uma guerra de egos que é outra das coisas que assistimos diariamente em Portugal.

Wednesday 23 November 2011

Friday 4 November 2011

Do à vontade para o à vontadinha...



Tantas exigências que a ASP impõe aos organizadores. Tanta pressão sobre tantos assuntos às vezes sem importância nenhuma. Para no fim atribuirem erradamente o título de campeão do mundo. Assumirem o erro e manterem o site com esse mesmo erro. Se não fosse tão grave para a credibilização do desporto até tinha graça...

Monday 24 October 2011

Porquê?

Quando o Mundo dito civilizado não se revolta com isto estamos muito próximos da selvajaria.
Durante anos o ocidente olhou para o outro lado porque a Líbia tinha petróleo e o coronel era um mal menor.
Hoje olhámos outra vez para o lado. O que nos distingue? O que nos vai impedir de chegar a isto?
Estou preocupado...

Imagens chocantes.

Wednesday 19 October 2011

Visão


Quando tento analisar a realidade do meu país nos últimos vinte anos o que verifico que só houve verdadeira mobilização dos portugueses quando existiu um objectivo específico para realizar. Os mais óbvios para a minha geração, serão até ao momento a Expo 98 e o Euro 2004.

Verifiquei que apesar de muitos erros cometidos e algum aproveitamento dos mais desonestos que o pais se mobilizou em torno destes eventos, pois percebeu que estava em causa o nome de Portugal e o seu amor pelo país. Houve críticos, como há sempre, houve “velhos do Restelo”, como há sempre, mas em última análise o seu peso é reduzido e o estado de espírito da maioria dos portugueses foi de colaborar, ajudar, participar e fazer parte do projecto.

Dito isto creio que Portugal tem de encontrar um objectivo para os próximos anos. Falta-nos hoje uma visão do que queremos para o país. Não é exclusivo de Portugal esta falta de visão, é comum a toda a europa. Não encontro hoje em nenhum país europeu uma visão do que a Europa quer ser daqui a dez anos no panorama socioeconómico mundial.

Aos políticos portugueses falta uma visão. Estão presos, no caso do governo a salvar o barco de ir ao fundo, no caso dos restantes de dirimirem argumentos tontos para mostrarem que existem, muitas vezes condicionados pelos seus egos patetas que trouxeram na maior parte dos casos dissabores e desgraças ao país e enriquecimento para si e para os seus amigos e familiares.

Falta também à sociedade civil uma visão do que quer do país e sobretudo onde quer estar daqui a cinco, dez ou mesmo vinte anos.

Na minha opinião o caminho passa por criar esta visão do que queremos para o país e para o nosso futuro. Só com esta visão será possível os portugueses suportarem os sacrifícios que lhes pedem diariamente.

Monday 17 October 2011

Indignado


Estou indignado. É algo que nos dias que correm parece bem. Estou porque o mundo é injusto, porque os políticos comprometeram o meu futuro. Porque o meu emprego está em risco. Porque os meus direitos adquiridos deixaram de o ser. Tudo argumentos válidos.
A questão é hoje não se estou indignado mas sim o que vou fazer com essa indignação para além de ir beber umas cervejas para a porta do parlamento. Perdeu-se ou nunca se soube viver a democracia. Utilizá-la, quero dizer. Todos somos contra os políticos e contra o estado das coisas. Mas vamos vivendo o dia-a-dia, vamos votando, ou não nas eleições. A nossa vivência da democracia passa por demonstrarmos a nossa indignação em manifestações e ficamos por aí. É fácil, não dá muito trabalho e eventualmente tem alguma visibilidade mediática. Ah, e é fixe!

Penso que era interessante a chamada sociedade civil começar a organizar-se de modo a participar na democracia de uma forma mais efectiva. Constituindo um partido, ou dois, ou três que fosse representativo da sua visão. Claro está que depois seria fundamental que os indignados votassem nessas visões, de modo a que, de facto se pudesse mudar alguma coisa.

É apenas uma ideia de quem está indignado mas que acredita que é possível mudar o estado das coisas, se soubermos viver a democracia para além do óbvio.

Sunday 16 October 2011

Ontem foi um dia Bom



Sou voluntário da Surfrider Foundation em Lisboa, ontem dia 15 de Outubro fizemos uma acção de limpeza de praia, divida entre o Guincho, onde estivemos de manhã e a Costa da Caparica, onde estivemos à tarde. Foi um dia bom.

De manhã apareceram muitas pessoas estrangeiras que vivem em Portugal e que gostam de viver em Portugal. Por isso decidiram dar o seu contributo e ajudaram a limpar o Guincho. Apesar do mar estar pequeno e quase ridículo, muitos foram os surfistas que passaram indiferentes por quem limpava. Fiquei chocado. Quer dizer, sei em que país vivo e sei também o tipo de pessoas que encontro diversas vezes dentro de água, no entanto a esperança é a última a morrer e por isso sempre considerei que os surfistas iam querer ajudar, no fundo são os principais utilizadores da praia e por isso deveriam ter interesse em que a praia estivesse em melhores condições. Mas ontem foi um dia bom porque apesar da maioria ter olhado para o outro lado houve alguns surfistas que se juntaram a nós e ajudaram.

À tarde na Costa da Caparica a limpeza foi feita por amigos e familiares, éramos vinte. Foi bom. O que nos deixou a todos admirados foi uma vez mais a indiferença das pessoas e mesmo alguns comentários jocosos acerca dos voluntários que limpavam a praia.  Bom mesmo bom era começar a cobrar para se entrar na praia. Talvez assim se indignassem e fossem manifestar-se, porque é mais fácil.

Continuo a pensar que uma pessoa faz a diferença. Ontem foi um dia mesmo bom.


Tuesday 11 October 2011

Chover no molhado


Não sei, nem consigo perceber como se resolve o problema de Portugal. A sua divida, quer dizer. O discurso vigente caminha para cada vez mais cortes, aumento de impostos. Falta, parece-me, o discurso de como vamos sair disto. Sim, é verdade que estamos a tapar buracos num barco a afundar, mas mesmo que consigamos tapar todos os buracos temos ainda de pôr o barco a navegar e disso, infelizmente ninguém fala.

Como podem as empresas ser competitivas ou gerar valor para si e para o país se estão completamente asfixiadas com a carga fiscal que lhes é imposta? Como pode ser mais penalizador para uma empresa não pagar ao Estado os impostos do que não pagar às pessoas que dedicam o seu tempo a essa empresa, quando justamente o Estado faz o contrário, paga aos seus mas não aos seus fornecedores?

Penso que Portugal necessita de ser repensado para além dos inúmeros planos de austeridade que são diariamente apresentados aos portugueses. Penso igualmente que necessitamos de olhar para as empresas e perceber como é que elas podem ajudar o país sem se aniquilarem. Penso por fim que cada português deve olhar para si e pensar o que pode fazer pelo país. Mesmo aqueles cujos ordenados são muito baixos mas sobretudo aqueles que ganham ordenados mensais que sustentariam uma família de quatro durante um ano. 

Thursday 6 October 2011

Nem por isso II

Caro Vasco,

Obrigado pela tua defesa efusiva do teu amigo Pedro Adão e Silva. Em relação aos teus pontos existem naturalmente algumas coisas com as quais não concordo.

3. Do que acompanho, se calhar erradamente o Pedro tem aparecido sempre em torno da vida política conotado com uma cor política. Ou não? Tal como outros comentadores da mesma cor política ou de outras, por vezes a abordagem que fazem é muitas vezes condicionada por essa cor que defendem ou advogam. Esse facto condiciona nitidamente a visão que pretendem passar de determinado assunto. Não estou a fazer um julgamento de valor, apenas e somente uma constatação de facto. Mas se calhar sou ignorante…

4. É pena que não me reconheças visibilidade mediática, significa que nos últimos dez anos não prestaste a devida atenção ao universo do surf. Deixa-me dizer-te que não pretendo ser detentor de ideias originais e novas, pelo contrário sujeito-me a viver o meu tempo e chegar a conclusões, em função do que observo, vivo e produzo – algumas das quais terão bastante mais tempo do que as do teu amigo – o que não invalida as minhas nem valida as dele, ou as tuas ou as de qualquer outra pessoa que tenha andado atenta aos assuntos do surf e do universo que as rodeia nos últimos dez a quinze anos.

5. O que conheces tu deste deputado para estares tão seguro que ele não percebe nada de surf? Ou que não pode ter uma opinião acerca do surf? Não consigo perceber. É porque foi vereador? Porque nunca fez surf? Achas que não é importante para o surf fazer parte de uma declaração política de um deputado à Assembleia da República? Pois permite-me que discorde contigo. É importante sim, é importante que se comece a transpor a barreira do surf para fora de modo a que o surf possa crescer de uma forma sustentada e consistente e sobretudo para o país possa vir construir em torno do surf um nicho para o futuro. Não andamos todos a dizer isto há pelo menos dez anos?

6. A Ericeira reconheceu a importância do surf muito antes de 2001. O ano de 2001 marcou o início de um processo que hoje culminou com um WQS Prime. Posso assegurar-te que conheço os episódios do desenvolvimento do surf nacional até 2009, até porque fiz parte activa da maior parte deles. Por fim estou disponível para partilhar o que o surf me deu contigo ou com quem quiser em qualquer altura.

Quero apenas deixar mais uma ideia. Não pretendo continuar esta discussão. A única razão que me fez comentar o post do Pedro prende-se com o facto de considerar que por vezes é mais importante congratularmo-nos com a vitória do que estarmos a olhar para quem fez a onda. E infelizmente não foi isso que aconteceu…

Surfrider Foundation Lisboa

Lisboa, 6 de Outubro de 2011 – PR 6 Fundação ambiental renova Limpezas de Praia que preparam o Inverno 15 de Outubro - Guincho e Caparica
A época balnear acabou no passado dia 30 de Setembro e tal como programado a Surfrider Foundation de Lisboa irá levar a cabo uma limpeza de praia no dia 15 de Outubro, sob o mote: “Limpa a tua praia depois de a utilizares”. Esta limpeza de praia decorrerá durante a manhã na praia do Guincho entre as 10:00h e as 13:00h e a partir das 14:30h em São João da Caparica, junto ao apoio de praia Lorosae. Para esta acção os participantes deverão inscrever-se no evento na página do Facebook da Surfrider Foundation Lisboa e posteriormente comparecerem à hora marcada no local definido. Esta acção faz parte integrante da estratégia da delegação de Lisboa da Surfrider Foundation, que determinou como uma das suas áreas de actuação ao longo do ano, levar a cabo uma série de limpezas de praia. À semelhança de todas as outras limpezas de praia, a Surfrider Foundation Lisboa fornecerá luvas, sacos, fruta e água a todos os participantes, graças ao inestimável apoio do Lidl Portugal. Quem irá igualmente participar nesta iniciativa serão os colaboradores da Cisco em Portugal que se mostraram muito motivados, de acordo com Joel Silveirinha, Green Ambassador da empresa: “A Cisco vai associar-se mais uma vez à Surfrider Foundation na conservação e protecção das nossas praias e zonas costeiras. Esta actividade encontra-se em linha com o nosso conceito de voluntariado de “giving back”, e de sustentabilidade, assim como com a estratégia da Surfrider Foundation de protecção dos Oceanos. Para a Cisco, o envolvimento com a comunidade faz parte do seu ADN e a empresa dá a conhecer aos seus colaboradores este tipo de actividades, assim como a participar nestes eventos de conservação da natureza e voluntariado.” A Surfrider Foundation Lisboa, é parceira da Fuel TV e da Mega Hits, que farão a divulgação da iniciativa, e cobertura dos diversos locais onde vão decorrer as limpezas.

Friday 30 September 2011

Nem por isso!

Olá Pedro, Ouvi agora a declaração do Vereador Hélder Silva, agora deputado à assembleia da República, na lógica de perceber o teu título de “Uma monumental dose de lata” . És um tipo inteligente que fala de muitas coisas, algumas das quais com pouco rigor, no entanto encontro em muitos textos teus coisas que eu próprio disse em conferências, escrevi ou transmiti em conversas que tivemos, o que não é mau. Significa que o que disse, escrevi ou pensei tem sentido e posso dizer-te que mesmo com o pouco respeito que me merecem os “comentadores” nacionais, é positivo para o surf ser ampliado do ponto de vista da comunicação. Em relação ao que escreves que ” Como quem faz surf sabe, foi preciso Peniche para haver Ericeira e a câmara de Mafra sempre se esteve literalmente borrifando para o potencial do surf para o concelho”, não corresponde de todo à verdade. Na Ericeira a partir de 2001 percebeu-se a dinâmica que o surf poderia ter no concelho e começou-se a trabalhar no sentido de criar todas as condições necessárias para que isso acontecesse. Já em Peniche, só com a entrada do Presidente António José Correia isso aconteceu. Naturalmente como a tua presença no surf é recente e a tua memória selectiva no que à tua cor política diz respeito não te convém ver a realidade tal como ela é. O tal problema que tenho com os “comentadores”… Dito isto devo dizer que encontro hoje na Ericeira, tal como em Peniche um reconhecimento do valor do surf pelas autoridades locais que ajudou e ajuda a defesa da nossa costa e a criação de abordagens positivas para o surf . Se as referidas autoridades se aproveitam “politicamente” da situação, não tenho dúvida nenhuma, aliás como tu, que usaste a plataforma do surf para autopromoção profissional dentro do meio. É mau? Não creio, é apenas assim. Ainda dentro deste assunto convém dizer que em determinado momento ditaram as circunstâncias que Peniche tivesse condições para ter um WCT e a Ericeira ter ficado sem o WQS 6 estrelas no mesmo ano. Este facto não teve em boa verdade, nada a ver com os políticos, mas antes com a estratégia internacional das marcas que estavam à frente dos respectivos eventos. Por fim a única pessoa que se presta ao ridículo és tu, que não consegues ficar satisfeito pelo facto de o surf ter sido fruto de uma declaração política na Assembleia da República, por alguém que não é da tua cor politica. Creio que em nome de alguma honestidade intelectual deverias fazer um esforço para deixar de ver o mundo apenas cor-de-rosa e perceberes que as coisas boas, são boas independentemente de seres tu ou outra pessoa a reconhecê-las ou dizê-las. Boas ondas António Pedro

Monday 12 September 2011

Monday 10 January 2011

Surpreendido

Com a quantidade de lixo que as pessoas deitam para o chão e para as areias da praia.