Monday 24 October 2011

Porquê?

Quando o Mundo dito civilizado não se revolta com isto estamos muito próximos da selvajaria.
Durante anos o ocidente olhou para o outro lado porque a Líbia tinha petróleo e o coronel era um mal menor.
Hoje olhámos outra vez para o lado. O que nos distingue? O que nos vai impedir de chegar a isto?
Estou preocupado...

Imagens chocantes.

Wednesday 19 October 2011

Visão


Quando tento analisar a realidade do meu país nos últimos vinte anos o que verifico que só houve verdadeira mobilização dos portugueses quando existiu um objectivo específico para realizar. Os mais óbvios para a minha geração, serão até ao momento a Expo 98 e o Euro 2004.

Verifiquei que apesar de muitos erros cometidos e algum aproveitamento dos mais desonestos que o pais se mobilizou em torno destes eventos, pois percebeu que estava em causa o nome de Portugal e o seu amor pelo país. Houve críticos, como há sempre, houve “velhos do Restelo”, como há sempre, mas em última análise o seu peso é reduzido e o estado de espírito da maioria dos portugueses foi de colaborar, ajudar, participar e fazer parte do projecto.

Dito isto creio que Portugal tem de encontrar um objectivo para os próximos anos. Falta-nos hoje uma visão do que queremos para o país. Não é exclusivo de Portugal esta falta de visão, é comum a toda a europa. Não encontro hoje em nenhum país europeu uma visão do que a Europa quer ser daqui a dez anos no panorama socioeconómico mundial.

Aos políticos portugueses falta uma visão. Estão presos, no caso do governo a salvar o barco de ir ao fundo, no caso dos restantes de dirimirem argumentos tontos para mostrarem que existem, muitas vezes condicionados pelos seus egos patetas que trouxeram na maior parte dos casos dissabores e desgraças ao país e enriquecimento para si e para os seus amigos e familiares.

Falta também à sociedade civil uma visão do que quer do país e sobretudo onde quer estar daqui a cinco, dez ou mesmo vinte anos.

Na minha opinião o caminho passa por criar esta visão do que queremos para o país e para o nosso futuro. Só com esta visão será possível os portugueses suportarem os sacrifícios que lhes pedem diariamente.

Monday 17 October 2011

Indignado


Estou indignado. É algo que nos dias que correm parece bem. Estou porque o mundo é injusto, porque os políticos comprometeram o meu futuro. Porque o meu emprego está em risco. Porque os meus direitos adquiridos deixaram de o ser. Tudo argumentos válidos.
A questão é hoje não se estou indignado mas sim o que vou fazer com essa indignação para além de ir beber umas cervejas para a porta do parlamento. Perdeu-se ou nunca se soube viver a democracia. Utilizá-la, quero dizer. Todos somos contra os políticos e contra o estado das coisas. Mas vamos vivendo o dia-a-dia, vamos votando, ou não nas eleições. A nossa vivência da democracia passa por demonstrarmos a nossa indignação em manifestações e ficamos por aí. É fácil, não dá muito trabalho e eventualmente tem alguma visibilidade mediática. Ah, e é fixe!

Penso que era interessante a chamada sociedade civil começar a organizar-se de modo a participar na democracia de uma forma mais efectiva. Constituindo um partido, ou dois, ou três que fosse representativo da sua visão. Claro está que depois seria fundamental que os indignados votassem nessas visões, de modo a que, de facto se pudesse mudar alguma coisa.

É apenas uma ideia de quem está indignado mas que acredita que é possível mudar o estado das coisas, se soubermos viver a democracia para além do óbvio.

Sunday 16 October 2011

Ontem foi um dia Bom



Sou voluntário da Surfrider Foundation em Lisboa, ontem dia 15 de Outubro fizemos uma acção de limpeza de praia, divida entre o Guincho, onde estivemos de manhã e a Costa da Caparica, onde estivemos à tarde. Foi um dia bom.

De manhã apareceram muitas pessoas estrangeiras que vivem em Portugal e que gostam de viver em Portugal. Por isso decidiram dar o seu contributo e ajudaram a limpar o Guincho. Apesar do mar estar pequeno e quase ridículo, muitos foram os surfistas que passaram indiferentes por quem limpava. Fiquei chocado. Quer dizer, sei em que país vivo e sei também o tipo de pessoas que encontro diversas vezes dentro de água, no entanto a esperança é a última a morrer e por isso sempre considerei que os surfistas iam querer ajudar, no fundo são os principais utilizadores da praia e por isso deveriam ter interesse em que a praia estivesse em melhores condições. Mas ontem foi um dia bom porque apesar da maioria ter olhado para o outro lado houve alguns surfistas que se juntaram a nós e ajudaram.

À tarde na Costa da Caparica a limpeza foi feita por amigos e familiares, éramos vinte. Foi bom. O que nos deixou a todos admirados foi uma vez mais a indiferença das pessoas e mesmo alguns comentários jocosos acerca dos voluntários que limpavam a praia.  Bom mesmo bom era começar a cobrar para se entrar na praia. Talvez assim se indignassem e fossem manifestar-se, porque é mais fácil.

Continuo a pensar que uma pessoa faz a diferença. Ontem foi um dia mesmo bom.


Tuesday 11 October 2011

Chover no molhado


Não sei, nem consigo perceber como se resolve o problema de Portugal. A sua divida, quer dizer. O discurso vigente caminha para cada vez mais cortes, aumento de impostos. Falta, parece-me, o discurso de como vamos sair disto. Sim, é verdade que estamos a tapar buracos num barco a afundar, mas mesmo que consigamos tapar todos os buracos temos ainda de pôr o barco a navegar e disso, infelizmente ninguém fala.

Como podem as empresas ser competitivas ou gerar valor para si e para o país se estão completamente asfixiadas com a carga fiscal que lhes é imposta? Como pode ser mais penalizador para uma empresa não pagar ao Estado os impostos do que não pagar às pessoas que dedicam o seu tempo a essa empresa, quando justamente o Estado faz o contrário, paga aos seus mas não aos seus fornecedores?

Penso que Portugal necessita de ser repensado para além dos inúmeros planos de austeridade que são diariamente apresentados aos portugueses. Penso igualmente que necessitamos de olhar para as empresas e perceber como é que elas podem ajudar o país sem se aniquilarem. Penso por fim que cada português deve olhar para si e pensar o que pode fazer pelo país. Mesmo aqueles cujos ordenados são muito baixos mas sobretudo aqueles que ganham ordenados mensais que sustentariam uma família de quatro durante um ano. 

Thursday 6 October 2011

Nem por isso II

Caro Vasco,

Obrigado pela tua defesa efusiva do teu amigo Pedro Adão e Silva. Em relação aos teus pontos existem naturalmente algumas coisas com as quais não concordo.

3. Do que acompanho, se calhar erradamente o Pedro tem aparecido sempre em torno da vida política conotado com uma cor política. Ou não? Tal como outros comentadores da mesma cor política ou de outras, por vezes a abordagem que fazem é muitas vezes condicionada por essa cor que defendem ou advogam. Esse facto condiciona nitidamente a visão que pretendem passar de determinado assunto. Não estou a fazer um julgamento de valor, apenas e somente uma constatação de facto. Mas se calhar sou ignorante…

4. É pena que não me reconheças visibilidade mediática, significa que nos últimos dez anos não prestaste a devida atenção ao universo do surf. Deixa-me dizer-te que não pretendo ser detentor de ideias originais e novas, pelo contrário sujeito-me a viver o meu tempo e chegar a conclusões, em função do que observo, vivo e produzo – algumas das quais terão bastante mais tempo do que as do teu amigo – o que não invalida as minhas nem valida as dele, ou as tuas ou as de qualquer outra pessoa que tenha andado atenta aos assuntos do surf e do universo que as rodeia nos últimos dez a quinze anos.

5. O que conheces tu deste deputado para estares tão seguro que ele não percebe nada de surf? Ou que não pode ter uma opinião acerca do surf? Não consigo perceber. É porque foi vereador? Porque nunca fez surf? Achas que não é importante para o surf fazer parte de uma declaração política de um deputado à Assembleia da República? Pois permite-me que discorde contigo. É importante sim, é importante que se comece a transpor a barreira do surf para fora de modo a que o surf possa crescer de uma forma sustentada e consistente e sobretudo para o país possa vir construir em torno do surf um nicho para o futuro. Não andamos todos a dizer isto há pelo menos dez anos?

6. A Ericeira reconheceu a importância do surf muito antes de 2001. O ano de 2001 marcou o início de um processo que hoje culminou com um WQS Prime. Posso assegurar-te que conheço os episódios do desenvolvimento do surf nacional até 2009, até porque fiz parte activa da maior parte deles. Por fim estou disponível para partilhar o que o surf me deu contigo ou com quem quiser em qualquer altura.

Quero apenas deixar mais uma ideia. Não pretendo continuar esta discussão. A única razão que me fez comentar o post do Pedro prende-se com o facto de considerar que por vezes é mais importante congratularmo-nos com a vitória do que estarmos a olhar para quem fez a onda. E infelizmente não foi isso que aconteceu…

Surfrider Foundation Lisboa

Lisboa, 6 de Outubro de 2011 – PR 6 Fundação ambiental renova Limpezas de Praia que preparam o Inverno 15 de Outubro - Guincho e Caparica
A época balnear acabou no passado dia 30 de Setembro e tal como programado a Surfrider Foundation de Lisboa irá levar a cabo uma limpeza de praia no dia 15 de Outubro, sob o mote: “Limpa a tua praia depois de a utilizares”. Esta limpeza de praia decorrerá durante a manhã na praia do Guincho entre as 10:00h e as 13:00h e a partir das 14:30h em São João da Caparica, junto ao apoio de praia Lorosae. Para esta acção os participantes deverão inscrever-se no evento na página do Facebook da Surfrider Foundation Lisboa e posteriormente comparecerem à hora marcada no local definido. Esta acção faz parte integrante da estratégia da delegação de Lisboa da Surfrider Foundation, que determinou como uma das suas áreas de actuação ao longo do ano, levar a cabo uma série de limpezas de praia. À semelhança de todas as outras limpezas de praia, a Surfrider Foundation Lisboa fornecerá luvas, sacos, fruta e água a todos os participantes, graças ao inestimável apoio do Lidl Portugal. Quem irá igualmente participar nesta iniciativa serão os colaboradores da Cisco em Portugal que se mostraram muito motivados, de acordo com Joel Silveirinha, Green Ambassador da empresa: “A Cisco vai associar-se mais uma vez à Surfrider Foundation na conservação e protecção das nossas praias e zonas costeiras. Esta actividade encontra-se em linha com o nosso conceito de voluntariado de “giving back”, e de sustentabilidade, assim como com a estratégia da Surfrider Foundation de protecção dos Oceanos. Para a Cisco, o envolvimento com a comunidade faz parte do seu ADN e a empresa dá a conhecer aos seus colaboradores este tipo de actividades, assim como a participar nestes eventos de conservação da natureza e voluntariado.” A Surfrider Foundation Lisboa, é parceira da Fuel TV e da Mega Hits, que farão a divulgação da iniciativa, e cobertura dos diversos locais onde vão decorrer as limpezas.