Quando tento analisar a realidade do meu país nos últimos
vinte anos o que verifico que só houve verdadeira mobilização dos portugueses
quando existiu um objectivo específico para realizar. Os mais óbvios para a
minha geração, serão até ao momento a Expo 98 e o Euro 2004.
Verifiquei que apesar de muitos erros cometidos e algum aproveitamento
dos mais desonestos que o pais se mobilizou em torno destes eventos, pois percebeu
que estava em causa o nome de Portugal e o seu amor pelo país. Houve críticos,
como há sempre, houve “velhos do Restelo”, como há sempre, mas em última
análise o seu peso é reduzido e o estado de espírito da maioria dos portugueses
foi de colaborar, ajudar, participar e fazer parte do projecto.
Dito isto creio que Portugal tem de encontrar um objectivo
para os próximos anos. Falta-nos hoje uma visão do que queremos para o país.
Não é exclusivo de Portugal esta falta de visão, é comum a toda a europa. Não
encontro hoje em nenhum país europeu uma visão do que a Europa quer ser daqui a
dez anos no panorama socioeconómico mundial.
Aos políticos portugueses falta uma visão. Estão presos, no
caso do governo a salvar o barco de ir ao fundo, no caso dos restantes de
dirimirem argumentos tontos para mostrarem que existem, muitas vezes
condicionados pelos seus egos patetas que trouxeram na maior parte dos casos
dissabores e desgraças ao país e enriquecimento para si e para os seus amigos e
familiares.
Falta também à sociedade civil uma visão do que quer do país
e sobretudo onde quer estar daqui a cinco, dez ou mesmo vinte anos.
Na minha opinião o caminho passa por criar esta visão do que
queremos para o país e para o nosso futuro. Só com esta visão será possível os
portugueses suportarem os sacrifícios que lhes pedem diariamente.
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