Estou indignado. É algo que nos dias que correm parece bem.
Estou porque o mundo é injusto, porque os políticos comprometeram o meu futuro.
Porque o meu emprego está em risco. Porque os meus direitos adquiridos deixaram
de o ser. Tudo argumentos válidos.
A questão é hoje não se estou indignado mas sim o que vou
fazer com essa indignação para além de ir beber umas cervejas para a porta do
parlamento. Perdeu-se ou nunca se soube viver a democracia. Utilizá-la, quero
dizer. Todos somos contra os políticos e contra o estado das coisas. Mas vamos
vivendo o dia-a-dia, vamos votando, ou não nas eleições. A nossa vivência da
democracia passa por demonstrarmos a nossa indignação em manifestações e
ficamos por aí. É fácil, não dá muito trabalho e eventualmente tem alguma
visibilidade mediática. Ah, e é fixe!
Penso que era interessante a chamada sociedade civil começar
a organizar-se de modo a participar na democracia de uma forma mais efectiva.
Constituindo um partido, ou dois, ou três que fosse representativo da sua
visão. Claro está que depois seria fundamental que os indignados votassem nessas
visões, de modo a que, de facto se pudesse mudar alguma coisa.
É apenas uma ideia de quem está indignado mas que acredita
que é possível mudar o estado das coisas, se soubermos viver a democracia para
além do óbvio.
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